segunda-feira, 16 de março de 2015

Tema de ‘Sete Vidas’, doação de sêmen é feita sob sigilo e sem remuneração no Brasil.

Invista Informa:
Banco de sêmen da Clínica Fertility, em São Paulo

Alto, loiro, dono de olhos claros, formado em Administração, X. tem características que muitas mulheres procuram no mercado afetivo. Porém, aos 44 anos, nunca se casou. Solteiro e sem filhos, ele viu na doação de sêmen uma chance de deixar descendentes no mundo, mesmo que isso implique nunca conhecê-los. Assim como ele, homens que se dispõem a doar esperma ajudam pessoas com problemas de fertilidade a realizar o sonho de ter uma família, como mostra a novela “Sete Vidas”.
Na trama, Miguel (Domingos Montagner) faz uma doação nos Estados Unidos, onde algumas clínicas mantêm sites que permitem o encontro de filhos gerados com o material genético do mesmo homem, identificado apenas por um número — o processo, em quase todo o mundo, é sigiloso. A possibilidade de reunir meios-irmãos não existe no Brasil, que conta só com um banco de sêmen, o Pro-Seed, localizado em São Paulo.
— Em caso de vida ou morte, como necessidade de transplante, a clínica pode entrar em contato com o doador, mas ele decide se quer aparecer ou não. Para obrigar a revelação da identidade, é preciso recorrer à Justiça — explica o médico Arnaldo Schizzi Cambiaghi, diretor do Centro de Reprodução Humana do Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia.
Domingos Montagner é Miguel na novela 'Sete Vidas': personagem fez doação de sêmen
Domingos Montagner é Miguel na novela 'Sete Vidas': personagem fez doação de sêmen Foto: João Miguel Junior / TV Globo/Divulgação
De acordo com o ginecologista Renato de Oliveira, da Criogênesis, faltam doadores de sêmen no Brasil.
— Para alguns, é uma ideia insuportável ter filhos e não conhecê-los. Para outros, doar é um gesto de amor em relação àquele que têm direito a formar uma família — afirma.

Doador tem perfil solidário

Em geral, doadores de esperma têm perfil solidário e também doam sangue ou medula óssea, destaca a médica Maria Cecília Erthal, especialista em reprodução assistida e diretora médica do Vida — Centro de Fertilidade da Rede D’Or. Por ser um tabu, a maioria mantém o feito em segredo de suas famílias. São homens que viram de perto a luta de pessoas inférteis na tentativa de ter um filho, como o garçom Y. de 27 anos e pai de um menino de 4:
— Só quem tem um filho sabe a felicidade que é, e eu posso ajudar quem não consegue. A curiosidade de saber quem serão as crianças geradas com meu sêmen existe, mas eu posso conviver com isso.
Para X., que sempre quis formar uma família, a doação de sêmen tira um peso existencial de suas costas.
— Se não deu certo para mim, pode dar para outros, com a minha ajuda — diz.
Segundo a especialista em reprodução Vera Brand, diretora do Pro-Seed, casais preferem o esperma de doadores de olhos e cabelos castanhos, de cerca de 1,75m. Solteiras optam mais por homens altos, de cabelos e olhos claros.


Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/tema-de-sete-vidas-doacao-de-semen-feita-sob-sigilo-sem-remuneracao-no-brasil-15596064.html#ixzz3UYWPZVAz

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