Partido trava uma batalha com seu
principal aliado, o PMDB, que tenta forçar o governo a enxugar seus
inacreditáveis 39 ministérios
A bancada do PT conseguiu evitar a aprovação da proposta de
emenda à Constituição (PEC) que limita em vinte a quantidade de ministérios -
no governo da presidente Dilma Rousseff, a marca
chega a 39, um dos maiores ministérios do mundo. O
projeto, que passou a ser bandeira do PMDB para pressionar a presidente, foi
discutido pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara nesta quarta-feira, mas
acabou sendo adiado após um pedido de vista feito
por petistas.
Em meio ao ajuste fiscal
proposto pelo governo para reequilibrar as contas públicas, o PMDB passou a
defender que os cortes sejam feitos "na carne". A proposta de redução
dos ministérios é de autoria do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
e também está sendo encampada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL). Ontem, Renan alfinetou o governo ao sugerir a criação do programa "menos ministérios",
em alusão ao "Mais Médicos".
Durante a votação,
parlamentares petistas argumentaram que o corte ministerial trariam "uma
economia pequena" e que a Constituição determina ao poder Executivo a
prerrogativa de criar ou extinguir as pastas do alto escalão. Em outra frente,
o deputado Alessandro Molon (PT-RJ) apresentou um requerimento de retirada da
matéria de pauta - que acabou rejeitado por 36 votos contra 17. Derrotados,
congressistas aliados do Planalto pediram vista, e a matéria deve ser novamente
discutida na próxima semana. Se o texto for aprovado na CCJ, que define apenas
se o projeto é ou não constitucional, será criada uma comissão especial para
discutir o tema.
Apesar do discurso, o PMDB
é hoje um dos principais beneficiados no loteamento de Dilma na Esplanada, com
sete ministérios. Internamente, porém, o partido avalia que lhe foram entregues
três pastas com status de secretaria (Aviação, Portos e Assuntos Estratégicos),
tendo importância apenas os ministérios de Minas e Energia,
Agricultura e Turismo. O partido também está à frente do inexpressivo
Ministério da Pesca.
Fonte: Veja
Nenhum comentário:
Postar um comentário