José Júnior, líder da ONG, se encontrou com traficante mais procurado do país
O DIA
Rio - Coordenador do AfroReggae, José Júnior,
confirmou neste domingo a participação nas negociações para uma possível
rendição do traficante Celso Pinheiro Pimenta, o 'Playboy', no Morro da
Pedreira, em Costa Barros, Zona Norte carioca. Em sua página no Facebook, o
ativista postou uma foto com 'Playboy' e admitiu que intermediou a entrevista
que o bandido mais procurado do país concedeu ao jornalista Leslie Leitão, da
revista ‘Veja’.
“Ele fez questão de focar nos erros que ele cometeu
e nos seus problemas. Não sei o q vai acontecer com ele ou o q ele decidirá pra
sua vida mas percebi que esse ‘veterano’ de 32 anos ta refletindo o que é
melhor pro seu futuro. Eu dei a minha opinião só q a decisão é exclusivamente
dele. Que venham os tempos de paz”, escreveu José Júnior.
Segundo o ativista, Playboy teria negado todas as
histórias sobre corrupção policial, levantadas na entrevista. “Duas situações
me impressionaram bastante, a história de um garoto da Zona Sul trabalhador,
que virou o bandido mais procurado do Brasil e a sua lealdade nas relações
estabelecidas não fazendo nenhum comentário que comprometa qualquer pessoa seja
criminoso, policial ou morador da favela”, escreveu.
Parte da conversa, informou, foi registrada num
vídeo, ainda não divulgado. Ao comentar o post, disse ter sido convocado para
prestar depoimento na Polícia Civil.
Coordenador cita negociação
envolvendo delegado e Ministério Público
Ao responder as críticas de uma usuária do
Facebook, o líder do Afroreggae citou o envolvimento do Ministério Público e de
um delegado em uma negociação. Tudo começou quando uma internauta criticou a
atuação de Júnior em acordos com traficantes para uma eventual rendição.
Escreveu ela: "Sinceramente, acho que o MP tem
que chamar você e os jornalistas que fizeram a tal entrevista com este bandido
a prestar depoimentos. Por que é isso o que ele é, e não é por que ele não quis
citar nomes de policiais, entre outros, que ele vai virar um homem bom. Na
minha opinião, você e os jornalistas deveriam responder por associação ao
tráfico. Quem se junta com porcos, farelo come..."
E José Júnior respondeu: "O contato foi
feito intermediado por um delegado junto ao MP 2 dias depois"
Após a resposta, Júnior foi bombardeado por
indagações questionando o motivo de o Ministério Público e um delegado de
polícia saberem do encontro e ainda assim não haver a prisão de Playboy.
"Pois é como foi intermediado e o cara é o mais procurado e nao houve
prisão? Nao há interesse?", escreveu uma seguidora do líder do Afroreggae.
"Já que MP e delegado estão envolvidos, as
autoridades estão cientes onde ele está e nao há interesse em pegá-lo!!!! Nós
como cidadãos de bem sofremos com isso todo dia bala perdida assaltos...",
escreveu outra seguidora. O coordenador da ONG não voltou à rede social para
esclarecer as dúvidas.
O DIA Online procurou José
Júnior para esclarecer o que seria a negociação, mas ele se negou a falar com a
reportagem. No início da tarde desta segunda-feira, o Ministério Público negou
as declarações do coordenador do AfroReggae de que tinha conhecimento do
encontro dele com o traficante Playboy.
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