Invista Informa:
Microrganismo produz enzima que o torna resistente a antibióticos.Praia é frequentada por banhistas e por pescadores na região.
Bactérias resistentes a grande parte dos antibióticos foram encontradas
em um dos principais rios da cidade, o Carioca. Um dos locais
contaminados é a foz do rio, no ponto em que ele desagua na Praia do
Flamengo, que é frequentada por diversos banhistas e pescadores. A
informação foi divulgada nesta segunda-feira (15) por cientistas do
Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
“Até o momento, não houve registro de contaminação entre frequentadores
dos ambientes estudados. Ainda assim, os resultados da pesquisa foram
enviados para as autoridades competentes, que podem avaliar as medidas a
serem adotadas”, disse a pesquisadora do Laboratório de Pesquisa em
Infecção Hospitalar do IOC, Ana Paula D'Alincourt Carvalho Assef,
coordenadora do trabalho.
As superbactérias foram identificadas em três pontos do Rio Carioca na
Zona Sul da cidade: no Largo do Boticário, no Cosme Velho; no Aterro do
Flamengo, antes da estação de tratamento do rio e em sua foz, já na
Praia do Flamengo. Conforme explicou a Fiocruz, estas bactérias produzem
uma enzima chamada KPC — característica que impede que os remédios
façam efeito contra elas. Em algumas pessoas, podem provocar males como
infecção urinária e pulmonar.
A possibilidade de disseminação das bactérias produtoras de KPC para o
ambiente já preocupa os cientistas há alguns anos. Em 2010, o
Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar do IOC publicou um artigo
científico apontando a presença destas superbactérias no esgoto
hospitalar carioca mesmo após o tratamento.
A pesquisadora Ana Paula D'Alincout Carvalho Assef alerta que a
disseminação deste tipo de bactéria pode dificultar o controle de
algumas infecções. Ela explicou que as doenças que podem ser
transmitidas pelas superbactérias não são mais graves que as causadas
por outros microrganismos. O problema, segundo ela, é o tratamento da
infecção, já que os médicos precisam recorrer a drogas que foram
descartadas para uso humano por serem tóxicas para o organismo, como a
polimixina.
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