Diminuiu, portanto, a proporção no ensino superior de alunos que
pertencem aos 20% mais ricos do país: em universidades públicas, essa
participação caiu de 55% para 38,8%, e, no ensino privado, de 68,9% para 43%.
Apesar da melhora na distribuição, o Brasil está em último entre
os membros da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico
(OCDE) na proporção de pessoas entre 25 e 34 anos com ensino superior completo.
Apenas 15,2% desses jovens concluíram um curso na universidade.
Presidente da Academia Brasileira de Educação e pró-reitor da
Fundação Getulio Vargas (FGV), Antônio Freitas disse que o aumento ainda é
“irrisório”. Ele destacou a eficácia dos programas de educação do governo
federal, como o Fies e o ProUni, mas se mostrou preocupado com o aumento do uso
de cotas para estancar o problema do baixo investimento na educação básica:
— Programas como o Fies e ProUni são absolutamente importantes
para o país e o governo merece todo o crédito por isso. Mas o aumento do acesso
é irrisório em face das necessidades nacionais. Nós temos 212 milhões de
habitantes e 8 milhões de formados. A grande preocupação que tenho é o aumento
de alunos por cota, porque o governo deixa de investir na educação básica, o
aluno entra na universidade via cota e talvez não tenha condições de acompanhar
os cursos. Pode acontecer uma reprovação grande, os professores baixarem o
nível dos cursos para não reprovar, ou, como os alunos tiveram uma educação
frágil, começam a fazer cursos de baixo valor agregado, terminam a faculdade
para ganhar mil reais.
Fonte: Extra
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