VACINAÇÃO CONTRA O HPV
Proporcionalmente ao número de mulheres, a taxa de óbitos cai 6,34% em 10 anos. As meninas que tomaram as doses recomendadas contra o vírus HPV podem ser a primeira geração livre desse tipo de tumor
O número
de mortes por câncer do colo do útero no país aumentou 28,6% em 10 anos,
passando de 4.091 óbitos, em 2002, para 5.264, em 2012. Isso é o que mostra o
Atlas de Mortalidade por Câncer no Brasil, publicação do Ministério da Saúde e
do Instituto Nacional do Câncer (Inca) que será divulgado nesta semana. O
objetivo do documento é auxiliar aos usuários, em especial os profissionais de
saúde pública, no planejamento e avaliação das ações necessárias à prevenção e
ao controle do câncer. Com a vacinação contra HPV, o Brasil pode ter sua
primeira geração de mulheres livres deste tipo de câncer.
“Dentre
todos os tumores, o do colo do útero está entre os que mais matam mulheres no
Brasil. Mas essa realidade pode mudar se todas as meninas de 11 a 13 anos forem
vacinadas contra o HPV. Só a primeira dose não garante a imunização, é
importante que os pais ou responsáveis levem suas filhas de 11 a 13 para tomar
a segunda dose da vacina”, reforça o ministro da Saúde, Arthur Chioro. Ele alerta
ainda a importância de as mulheres fazerem o exame Papanicolau, que ajuda a
identificar e prevenir precocemente o câncer.
O
levantamento mostra o câncer do colo do útero como o terceiro tipo de câncer
que mais mata mulheres no Brasil, atrás apenas do de mama e de brônquios e
pulmões. Embora o número de óbitos tenha aumentado, o Atlas mostra uma queda de
6,34% na taxa de mortalidade, que é a proporção do número de mortes para cada
grupo de 100 mil mulheres. Em 2002, foram registradas 5,04 mortes para cada 100
mil mulheres, contra 4,72 mortes para cada 100 mil mulheres, em 2012. Os dados
são do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM).
Atento ao
crescimento de mortes de mulheres pelo câncer do colo do útero, ao longo dos
últimos anos, o Ministério da Saúde tem investido em ações de prevenção e
tratamento em todo o país. Como o mais recente avanço nessa área, o ministro da
Saúde, Arthur Chioro, destaca a inclusão da vacina contra o HPV (papilomavírus
humano) – principal causa de ocorrência do câncer do colo de útero – para
meninas de 11 a 13 anos, no Calendário Nacional de Vacinação do Sistema Único
de Saúde (SUS). A medida, em longo prazo, ajudará a mudar essa realidade de
óbitos pela doença no país.
VACINA - Até o dia 21 deste mês, 2,4
milhões de meninas tomaram a segunda dose da vacina, o que representa 49% do
público-alvo formado por 4,9 milhões de meninas. Só a primeira dose não garante
da imunização. Por isso, a segunda dose é essencial para garantir a proteção
contra a doença. Cinco anos após a primeira dose, as meninas precisam retornar
aos postos de vacinação para receber a dose de reforço, garantindo a proteção
por mais tempo. Para receber a dose, basta apresentar o cartão de vacinação ou
documento de identificação. Em 2015, a vacina passa a ser oferecida para as
adolescentes de 9 a 11 anos e em 2016 às meninas de 9 anos.
Desde
março de 2014, quando o SUS passou a ofertar a vacina gratuitamente, 4,8
milhões de meninas de 11 a 13 anos receberam a primeira dose, o que representa
97,7% do público-alvo. Seis meses depois, em setembro, essas meninas começaram
a procurar as unidades básicas de saúde para a segunda etapa da vacinação.
A vacina
contra o HPV está disponível nas 35 mil salas de vacinação do SUS. Recomendada
pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), ela gera proteção contra quatro
subtipos da doença (6, 11, 16 e 18), com 98% de eficácia. Os subtipos 16 e 18
são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo do útero e os subtipos
6 e 11 por 90% das verrugas anogenitais.
SEGURANÇA
- Atualmente,
a vacina contra HPV é utilizada como estratégia de saúde pública contra o
câncer do colo do útero em mais de cem países, por meio de programas nacionais
de imunização. Estimativas indicam que, até 2013, foram aplicadas cerca de 175
milhões de doses em todo o mundo. A sua segurança é reforçada pelo Conselho
Consultivo Global sobre Segurança de Vacinas da Organização Mundial de Saúde
(OMS).
PREVENÇÃO
- Tomar a
vacina na adolescência é o primeiro passo de uma série de cuidados que a mulher
deve adotar para a prevenção do HPV e do câncer do colo do útero. No entanto, a
imunização não substitui a realização do exame preventivo e nem o uso do
preservativo nas relações sexuais. O Ministério da Saúde orienta que
mulheres na faixa etária dos 25 aos 64 anos façam o exame preventivo, o
Papanicolau, a cada três anos, após dois exames anuais consecutivos negativos.
O HPV é
um vírus transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por
meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para filho no
momento do parto. Estimativas da Organização Mundial da Saúde indicam que 290
milhões de mulheres no mundo são portadoras da doença, sendo 32% infectadas
pelos tipos 16 e 18. Em relação ao câncer do colo do útero, estudos
apontam que por ano 270 mil mulheres, no mundo, morrem devido à doença.
Fonte: Ministério da Saúde - Portal da Saúde
Nenhum comentário:
Postar um comentário